Em uma noite ele recebeu um telefonema que nunca mais esquecerá... Do outro lado da linha uma voz que informava, sua jovem esposa acabará de falecer, atropelada na região central da cidade. Um soco no estômago, um ar seco e pesado, a cabeça rodando, desespero e nenhuma lágrima.
Olhou para o berço e viu sua filha de pouco mais de um ano... Não sabia como seria, como viver ou sobreviver sem sua companheira, a mulher, a mãe a parceira de vida.
Aprendeu na marra, das fraldas ao vestido da festa junina na escolinha, das bonecas, do amor, carinho, sorriso, do choro sentido de ambos pela falta que ela sempre fez... Ela cresceu feliz, com amigos e amigas, tios e tias, primos, primas, avós, e ele, o pai.
Ele não teve outra mulher, não conseguiu encontrar uma parceira de vida. Ela cresceu ainda mais, virou mulher, estudou, trabalhou, e mudou para perto do mar...
Ficaram distantes. Ele ligava, queria saber se ela estava comendo direito, se estava bebendo água, como era o dia, a cidade, se tinha namorado... Ela só pensava em trabalho.
Ele pedia para ela vir mais vezes pra casa, que sempre seria dela, mandava mensagens, comprava os ingredientes da sua comida predileta e muitas vezes ela não vinha. Tinha muito trabalho ou estava cansada.
Ele queria ir, mas ela pedia, “espera mais uma semana”...
Um dia ele foi... Perdido em pensamentos de saudades, morreu atropelado, como a companheira que já havia partido há anos.
Estava mais fácil ver a esposa que a filha.
Parabens!!! Mto bem escrito. Ironias da vida... Do destino.. Bjs
ResponderExcluirTati