Gilsinho não bateu pênalti no Joaquinzão e acertou o gol do Martins Pereira e muito menos o Judas perdeu suas botas defendendo um chute dele com os pés. Os chamados “facts” criados pelo publicitário Fabio Soares fazem tanto sucesso quanto o artilheiro do Taubaté e do Paulista A-3. São divertidos, e a cada gol, a cada jogo, mais e mais torcedores embarcam nesta divertida brincadeira. Mas a realidade é bem mais nítida aos olhos de um futebol sem glamour, sem exageros e capitalismo selvagem. A verdade transborda no cotidiano de um esporte que transforma corações e almas, onde nada é exato, e um sorriso pode ser o prelúdio de lágrimas.
Depois de muitos anos, depois de tantas incertezas, o único clube de futebol da cidade começa uma temporada despertando atenções e empolgando uma torcida apaixonada e triste. Taubaté está respirando feliz, mesmo com tantas dificuldades em seu dia a dia. Não quero ser o cara chato, cortar o barato, longe disso. Não preciso lembrar neste texto os inúmeros problemas que a cidade vive. Basta viver, olhar um pouco para sua vizinhança, andar pelas ruas da cidade e ouvir, principalmente ouvir.
Muitos acreditam piamente em palavras que há décadas foram jogadas ao vento, boatos que planaram nas idéias de tantas pessoas, que quase parecem verdades. São conceitos e pré-conceitos, teorias absurdas, que ainda hoje, em tempos em que a informação está a um clique, conseguem atrapalhar um mundo real que está beijando a testa de cada um que está lendo ou não este texto. Chega a ser cansativo e piegas ouvir arautos da inteligência gritar a pleno pulmões que a fase boa acabará na fase decisiva, pois o clube “não tem interesse em subir”
Alguns mais toscos chegam a explicar detalhadamente uma teoria de conspiração baseada em números e interesses financeiros. Não vou gastar linha, teclado e muito menos a paciência do leitor em contar essas baboseiras, apenas digo que há alguns anos o dinheiro da venda de ingressos quase não importa na receita de alguns clubes.
Antes pensava que essa falta de conhecimento e informação era privilégio de certo grupo de torcedores que viveram o auge e acabam morrendo para o momento e vivendo de boas lembranças. Agora, afirmo que muitos, independente de idade, classe social ou qualquer outro limitador, muitos vivem neste ridículo e preguiçoso pensamento conformista (talvez herança dos anos de chumbo) de que existe uma força dentro do Taubaté que não quer voltar a elite do futebol paulista. Para esses profundos conhecedores do futebol, para os imbecis conformistas, acho que a grande sacada é rever os conceitos, vestir azul e branco, cobrar sempre o melhor e jogar junto. Se não, esqueçam o futebol e o Esporte Clube Taubaté. Torçam por suas grandes equipes da capital, e quando estiver em uma roda de amigos falando de mais uma vitória ou revés do Burro da Central, mude o olhar, vá buscar a cerveja ou fique na sua!
De fato, os “facts” são divertidas brincadeiras, mas os gols, as vitórias, a invencibilidade na A-3, liderança e artilharia, são bem reais. Batam palmas, ajudem ou morram mais uma vez para o futebol do Taubaté. Espero que vocês batam palmas e vibrem também. Afinal, o Esporte Clube Taubaté é bem maior que qualquer um de nós.
Vivam o dia, não morram esperando mais um renascimento.
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