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sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Moderno Zeppelin

A moça estava parada na esquina. Saias curtas, pernas bronzeadas e bem torneadas. Cheirava perfume de menina nova, daquelas que você olha e sonha por eternidades. Cabelos ainda molhados, seios proporcionais, um rosto angelical (quase indefeso) de quem procura viver cada dia como se fosse o último. Ainda é dia. Pessoas passam apressadas, indo para casa depois de um dia de trabalho. O trânsito é intenso pelas estreitas ruas, gente e carro (mais carros) tentam ocupar o mesmo espaço, e ela está ali dentro daquele cenário cinza, sorrindo, olhando quase que timidamente, é a cor viva contrastando com o opaco, é a beleza em um mundo feio.

Ela é bem nova ainda, mas como chama atenção. Do bêbado ao padre, ninguém é indiferente. Até mesmo as mulheres, olham com admiração e despeito. Algumas pensam, “ah se eu fosse linda desta maneira”, outras: “um dia engorda e tudo cai”. Quando ela anda, parece flutuar. O resto de sol bate em seu rosto e a beleza fica ainda mais visível, quando ela te olha parece o mundo para e sorri.

Em sua trajetória a menina inocente não esconde o sorriso, sabe que tem o mundo a seus pés, mas é ingênua. Antes de aprender a viver acabou emancipada pela vida. Todos na cidade a tratam como uma princesa, ela é o orgulho de um povo que a viu nascer sozinha, mas cheia de proteção e carinho. Ela agora desabrocha, é flor fina, mas forte.
É doce, é uma menina apaixonante.

Um dia um “Zeppelin” apareceu em sua cidade. O mesmo da Geni. Mas ela é tão diferente da heroína do Chico. Em tempos de novas leis, onde tudo é permitido (até mesmo vender a mãe) o “Zeppelin” apareceu cheio de estrelas e boas recomendações. Nem de longe disse que destruiria qualquer coisa. Cantou, encantou e transformou a menina. Ela ganhou o mundo. Todos ficaram ainda mais felizes, brilhou nos quatro cantos, sempre com sorriso no rosto e a felicidade por orgulhar tanta gente, ser amada por tantos e invejada por tantas também.

“Zeppelin” deste século não causa estardalhaço, mas a maldade está em suas entranhas, corre por suas veias, é inevitável. Quando o mundo parecia sonhar com a menina, o novo vilão a vitimou. Junto com outros barões, abriu uma grande casa de tolerância na capital e fez daquela menina a estrela máxima para homens bêbados e solitários. Acabou o sonho e o sorriso franco. O cheiro de menina não existe, e sim fragrância de perfume barato. Quem pagou leva! E assim termina a saga da ex-heroína. Em sua cidade virou uma triste lembrança.

Não entendeu o texto? Então troque os personagens, a menina são os clubes que mudam de cidade. O Zeppelin os empresários que não respeitam paixões e honras e a “Zona” fica na Barra Funda, que só lucrou e não repassou nada para ninguém. E pelo menos no passado, jogaram merda, bateram, cuspiram na Geni, mas ela venceu a destruição

4 comentários:

  1. Pô cara, achei que você estava falando da Geni lá de Bauru. Aquela famosa dos tempos gloriosos.
    Hoje em dia tudo isso se foi e só restou o Bar do Brecha que tem o seguinte slogan: "Bar do Brecha, o bar que nunca fecha!".

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  2. Fabrício,

    não sei porquê, mas lembrei do Dr.Sin, rs...
    "Futebol, mulher e rock'n'roll. Meu Deus, como isso é bom!" ;))

    Carinhoso abraço, querido!

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  3. Fabrício....

    Arruma esta parte aqui....

    O Zeppelin os empresário que não respeitam paixões e honras e a “Zona” fica na Barra Funda, que só lucrou e não repassou nada

    Está faltando a concordância no empresário!!!

    Inté...

    Tiririca!!!

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